ÚLTIMA HORA: Moçambique na Rota do Carvão: Mina Bilionária de Moatize Enche Cofres da Vulcan, Enquanto Comunidades Ficam à Margem"

 




 ÚLTIMA HORA: Moçambique na Rota do Carvão: Mina Bilionária de Moatize Enche Cofres da Vulcan, Enquanto Comunidades Ficam à Margem"

Em pleno 2025, a realidade da exploração de recursos naturais em Moçambique continua a levantar sérias questões sociais, ambientais e econômicas. A província de Tete, no centro do país, abriga uma das maiores minas de carvão da África: a mina de Moatize. Antigamente operada pela multinacional brasileira Vale, a mina foi vendida em 2022 para a Vulcan Resources, empresa com sede na Índia, por US$ 270 milhões, conforme divulgado pela Reuters.

Com a aquisição, a Vulcan passou a controlar 95% das operações, incluindo a mina e os ativos logísticos, como o Corredor Logístico de Nacala, essencial para escoar o carvão até o Oceano Índico. A expectativa era revitalizar a produção e ampliar as exportações, especialmente para a Índia, país que continua dependente de carvão para abastecer suas termelétricas e indústrias.

No entanto, apesar das cifras bilionárias movimentadas, os impactos para a população local têm sido severos. De acordo com relatórios da Human Rights Watch e da organização moçambicana Justiça Ambiental, milhares de famílias foram deslocadas de suas terras, muitas vezes sem compensações justas. Algumas comunidades relatam viver em condições precárias, com acesso limitado à água potável, saúde e educação, enquanto enfrentam poluição atmosférica e contaminação de rios.

“A empresa lucra, o carvão vai para fora, e nós ficamos com a poeira e a doença”, relata um morador de Cateme, uma das aldeias reassentadas. Diversas manifestações já foram realizadas por residentes que exigem melhores condições de vida e respeito aos seus direitos fundamentais.

Segundo dados da própria Vale antes da venda, a mina chegou a produzir cerca de 15 milhões de toneladas de carvão por ano, sendo uma fonte estratégica para o mercado energético indiano. Em 2024, a Vulcan declarou aumento de produtividade, mas evitou comentar sobre os impactos sociais das operações, conforme destacou uma reportagem da Bloomberg.

ONGs e ativistas ambientais continuam exigindo transparência, justiça ambiental e investimentos reais nas comunidades afetadas. Para muitos analistas, o caso de Moatize simboliza o dilema dos países africanos: sentados sobre riquezas minerais, mas ainda lutando para transformar esses recursos em benefícios concretos para suas populações.

Fontes:


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